CLOCKWORK DICTIONARY

DICIONÁRIO DE RELOJOARIA

Os termos técnicos usados na relojoaria são bastante específicos, e por vezes os “Amigos do Museu” e visitantes do Museu pedem-nos tal… mini-formação! Com este glossário pretendemos contribuir para o esclarecimento do significado daqueles que são os termos mais usados entre especialistas e amantes da relojoaria mecânica.

ACETINAÇÃO   Acabamento superficial que dá um efeito opaco ao metal caracterizado por estrias infinitesimais paralelas. A acetinação é obtida com passagens sucessivas de papel abrasivo, de grão cada vez mais fino.

A / H      Alternâncias por hora. Uma oscilação é composta pelos dois batimentos ( alternâncias ) que dão origem ao «tique-taque» do relógio mecânico.

ANALÓGICO      Relógio que indica as horas com ponteiros.

ÂNCORA             Alavanca de ligação com dois braços entre a engrenagem e o balanço que transmite energia ao balanço.

ANEL     Elemento giratório posicionado na luneta ou directamente no aro, que, mediante uma ou mais escalas dispostas sobre a sua superfície, permite o cálculo dos tempos, a leitura de um segundo fuso horário, a utilização de réguas de cálculo ou outro.

ANGLAGE           Corte a 45graus do bordo das alavancas, pontes e outros elementos de um movimento, característico da alta relojoaria.

ANTICHOQUE   Dispositivo de protecção contra os choques que consiste num órgão posto no eixo do balanço, formado por engaste, rubi e pedra de contrapino que graças a um sistema de retenção de mola, assegura um jogo elástico dos dois rubis; isto permite amortizar os movimentos dos pinos do eixo do balanço quando o relógio sofre um golpe forte; o retorno à posição precedente dá-se pelo efeito de retoma da mola. Sem este dispositivo, todas as forças do choque vão descarrregar nos pinos do eixo do balanço, causando frequentemente a sua dobragem ou rotura.

ANTIMAGNÉTICO           Diz-se, mesmo se inapropriadamente ( em vez de «amagnético»), dos relógios cujo movimento se ressente em medida mínima do influxo de campos electromagnéticos - estes últimos responsáveis por uma possível junção de duas ou mais voltas da espiral com consequente excessivo avanço da marcha - graças ao emprego de ligas metálicas resistentes à magnetização.

ANTI-REFLEXO  Tratamento superficial do vidro, que assegura a dispersão da luz reflexa.

AREAMENTO     Acabamento superficial do metal, que torna a superfície opaca de modo uniforme e reduz os reflexos de luz, efectuado com disparos de jactos de areia ou fragmentos de outros materiais duros contra a superfície metálica, para lhe dar um aspecto de ligeira porosidade superficial.

ARO       Parte central da caixa, também chamada castelo, que sustém estruturalmente todo o relógio e na qual se encontra  alojado o movimento. É fechada superiormente pela luneta porta-vidro e inferiormente pelo verso. Para além disso, é no aro que se faz a ligação da pulseira ou bracelete do relógio ( as asas ) e são feitos os furos para o alojamento da coroa e para eventuais botões ou correctores. Nos relógios com caixa m duas partes,  o aro cumpre também a função de luneta porta-vidro, ao passo que nas caixas monobloco o aro é um todo com o verso.

ÀRVORE DE CORDA        Elemento que transmite o movimento da coroa às engrenagens da corda manual e do ajuste das horas.

ASA       Duplo prolongamento do aro na qual se prende a bracelete ou a correia.

AUTOMÁTICO   Diz-se do relógio com movimento mecânico de corda automática.

AUTÓMATOS    Figuras, trabalhadas em relevo ou em esmalte a cores, presentes no mostrador ou no verso de alguns relógios, com partes do corpo ou outros elementos articulados que se movem simultaneamente com os toques da campaínha. A parte móvel dos autómatos, através de uma abertura no mostrador ou verso, está ligada aos martelos da campainha que batem nos gongos anelares.

BALANÇO           Órgão oscilante que, juntamente com a espiral, constitui o coração do movimento. Com as suas oscilações determina a frequência de funcionamento do movimento e, portanto, a sua precisão. É formado pelo eixo, plataforma, botão e coroa do balanço.

BOTÃO                 Componente que activa ou desactiva uma determinada função. Os botões encontram-se por regra nos cronógrafos, mas também nos GMT, que graças aos botões permitem saltos da hora de um fuso para o outro. Os botões para as correcções das funções temporais nos calendários completos ou perpétuos são chamados correctores.

CABOCHÃO / CABOUCHON        Pedra preciosa polida de forma circular sem faces

CAIXA                   Elemento que aloja e proteje o movimento, na maioria das vezes formada por três partes: aro, luneta e verso. Se, pelo contrário, for de duas partes, pode ter-se a ausência da luneta ou do verso, solução esta que toma o nome de «caixa monobloco». Na caixa são alojados vidro, coroa e botões eventuais. A sua forma ( redonda, rectangular ou quadrada ) e os acabamentos são, juntamente com o mostrador, alguns dos elementos principais para a definição estética de um relógio.

CALENDÁRIO ANUAL     Complicação intermédia entre o calendário simples – que precisa de correcções manuais à passagem os meses com menos de 31 dias – e o calendário perpétuo, que dá conta dos 30 dias, do Fevereiro normal e do bissexto. A função do calendário anual é fornecer a indicação correcta de todos os meses de 30 e 31 dias, mas precisa da correcção manual no fim de Fevereiro. Regra geral, o calendário anual permite visualizar, no mostrador data, o dia da semana e o mês ou apenas a data e o mês.

CALENDÁRIO COMPLETO            Função que visualiza, no mostrador data, os dias da semana, os meses e a indicação da data. No entanto, necessita de correcções manuais a cada passagem de um mês com menos de 31 dias. Função frequentemente combinada com a das fases lunares.

CALENDÁRIO PERPÉTUO             É a mais complexa das complicações relojoeiras ligadas à indicação do calendário, dado indicar sempre a data, o dia e mês exactos sem necessidade de correcções manuais até ao final do ano 2100 ( ano em que a cadênciado do Fevereiro bissexto não será respeitada ). No calendário perpétuo, uma roda apropriada dotada de gargantas a profundidade calibrada assinala ao mecanismo o número de dias de todos os meses assim como o ciclo quadrienal do Feverreiro bissexto, assegurando assim a actualização da data. Às informações referentes à data, dia e mês, acrescenta-se ffrequentemente a das fases da lua.

CALIBRE               Termo técnico que designa a forma, o tamanho ou o modelo do mecanismo do relógio.

CAMPAINHA     Em algumas campainhas, é o elemento sobre o qual bate um martelinho para se obter um som de um timbre particular.

CAMPAINHA ( À PASSAGEM )   Função de emissão acústica, através de dois martelos que batem noutros tantos gongos anelares à passagem das horas, dos quartos de hora e das meias horas.

CHAMPLEVÉ      Trabalho efectuado à mão na superfície de um mostrador ou de uma caixa: o desenho é obtido através de uma incisão com um buril e remoção do material criando zonas para pintar com esmalte.

CLOISONNÉ       Tipo de trabalho em esmalte, efectuado sobretudo para ornamentar mostradores. O desenho é feito com um fio de ouro fino que forma as cavidades a preencher com esmalte colorido.

CLOUS DE PARIS              Decoração das partes metálicas em forma de quadrícula caracterizada pela junção de inúmeras pirâmides pequenas.

COLIMAÇONNAGE         Decoração de aspecto com espiraris usada principalmente na roda do tambor ou nas rodas de corpo maciço de grandes dimensões.

COMPLICAÇÃO                Função adicional em relação ao movimento de base de corda manual que permite visualizar horas, minutos e segundos. Actualmente são dados adquiridos características como a corda automática ou o indicador de data, mas também estas deveriam ser classificadas como complicações. As complicações mais comuns são: fases lunares, reserva de marcha, GMT, calendário completo. A estas juntam-se as chamadas grandes complicações: cronógrafo fraccionado, calendário perpétuo e turbilhão.

CONTADOR                        Ponteiro suplementar nos cronógrafos que permite visualizar o tempo passado desde o início da medição. Nos cronógrafos modernos, o contador dos segundos encontra-se ao centro, enquanto os contadores dos minutos e das horas têm ponteiros descentrados em  mostradores para esse fim.

CORAÇÃO / NÚCLEO     Came em forma de coração geralmente utilizada para realinhar os ponteiros dos contadores nos cronógrafos.

COROA                Botão que poderá ter diversas funções, sendo as mais frequentes: dar corda, acertar ponteiros e/ ou alterar a data/ calendário.

CORRECTOR       Botão alojado na parede lateral da caixa accionável preferivelmente através de um instrumento apropriado no equipamento, para a regulação rápida das indicações tais como indicador de data, GMT, calendário completo ou perpétuo.

C.O.S.C.                               Sigla de Contrôle Officiell Suisse des Chronomètres, a mais famosa das entidades suiças de controlo de marcha e precisão dos relógios.

CÔTES CIRCULAIRES       Decoração do rotor e das pontes de um movimento com nervuras circulares concêntricas.

CÔTES DE GENÈVE          Decoração muito usada para movimentos de classe superior, com nervuras rectilíneas paralelas, realizada mediante passagens sucessivas de uma fresa que deixa estrias finas.

CRONÓGRAFO Relógio com mecanismo que permite registar tempos independentes. Chrono=Tempo Graph=Registo. Caracterizam-se habitualmente pelos relógio com três ou mais botões e que se usam frequentemente para contagem/ medição de tempos. Nada tem a ver com o termo Cronómetro, termo este bastante utilizado de forma equivocada pelos portugueses quando na realidade pretendem dizer “cronógrafo”. Exemplo: o árbitro parou o cronógrafo!

CRONÓMETRO                 Propriamente qualquer medidor de tempo; em sentido restrito, relógio de alta precisão. Para a lei suiça um construtor só pode afixar a palavra «cronómetro» a um modelo próprio depois de cada um  dos exemplares ter superado uma série de testes e obtido de uma entidade helvetica de controlo autorizado um boletim de funcionamento e o certificado de cronómetro. Resumir-se-á a ser um relógio de alta-precisão, e nada tem a ver com o termo cronógrafo, explicado anteriormente. Ver “C.O.S.C.”.

DEPLOYANT                       Fecho. Elemento em charneira articulado e maleável, geralmente do mesmo metal da caixa, que permite ligar facilmente a bracelete ao pulso. Normalmente, o fecho tem um sistema de bloqueio de encaixe, frequentemente acompanhado de um outro fecho suplementar ou botão de pressão.

DESPERTADOR                  Relógio dotado de movimento capaz de emitir um sinal sonoro a uma hora determinada.

DIGITAL                               Relógio que indica as horas através de um número, geralmente visualizado através de uma abertura do mostrador. Em quase todos os saltantes, por exemplo, a hora é indicada de forma digital e também digital é o normal indicador de data de janela.

ÉCHAPPEMENT                Designação francesa para escape.

EIXO                      Elemento de suporte de uma engrenagem ou do balanço cujos extremos, os pinos, se encontram alojados geralmente nos rubis ou nos cilindros de latão.

ENGASTE            Alojamento dos rubis nas pontes ou na platina: de forma mais simples, orifícios onde os rubis são incrustados; numa versão mais refinada, o orifício tem um bordo rebitado sobre o rubi ou o  engaste em ouro é ligado às pontes com parafusos. Os engastes refinados permitem efectuar uma manutenção correcta e uma eventual substituição dos rubis sem forçar os orifícios de alojamento.

ENGRENAGEM Elemento do movimento formado pelo conjunto da roda, pinhão e eixo de suporte. No chamado trem do tempo, com base nas frequências de funcionamento do balanço, as engrenagens possuem nas rodas e nos pinhões um número de dentes calculado de modo a que, na passagem de uma engrenagem a outra, a primeira roda depois da de escape complete uma volta por minuto ( ponteiro dos segundos fixa sobre essa );  e que depois da roda intermédia, a roda central dê uma volta por hora ( ponteiro de minutos fixa sobre essa ).

EQUAÇÃO DO TEMPO   Indicação da diferença em minutos entre a  hora média convencional e a hora solar real.

HESALITE             Tipo de vidro artificial em resina plástica de qualidade superior e bastante resistente e flexível.

ESCALA                Desenho que apresenta as divisões de um conjunto de valores no mostrador ou na luneta.

ESCAPE                Parte móvel do movimento, situada entre o trem do tempo e o orgão regulador, responsável pelo controlo da velocidade das rotações das rodas do trem do tempo. O escape usado hoje em dia é o também chamado «de âncora suiça».

ESPIRAL               Elemento do orgão regulador que em conjunto com o balanço determina a precisão do movimento.

ESQUELETIZADO              Diz-se do movimento e, por extensão, também do relógio cujas pontes e platina são privadas de todo o metal estruturalmente supérfluo, tornando visíveis do exterior todos os orgãos do movimento, graças também à  eliminação do mostrador e à presença de um verso dotado de vidro de safira.

FASES LUNARES                               Função presente em muitos relógios, seja em concomitância com funções relacionadas com o calendário, seja isoladamente. O mecanismo respectivo pode ser assimilado ao do indicador de data, com uma roda do trem do tempo que a cada 24 horas arrasta para a frente um dente da roda à qual está ligado o disco das fases da Lua. Esta roda possui geralmente 59 dentes e garante uma quase perfeita sincronização com o período de lunação, que é de 29,53 dias ( com efeito, o disco numa volta completa mostra duas vezes as fases lunares ).

FLYBACK              Função ligada ao cronógrafo ( também chamada retour en vol  ), que permite o recomeço a zero de uma nova medida ( interrompendo uma medida já em curso ) mediante a pressão de um único botão, sem ter portanto de parar, anular ou fazer recomeçar todo o mecanismo.

FREQUÊNCIA     Regra geral, o número dos ciclos compreendidos na unidade de tempo; em relojoaria, o número de oscilações a cada dois segundos – ou das alternâncias por segundo – de um ponteiro. Por fins práticos, a frequência de um relógio é expressa em alternância/hora (A/h).

GAIOLA/CESTO ( DO TURBILHÃO )          Estrutura que suporta o turbilhão, na qual se encontram alojados o orgão regulador e escape.

GLUCYDUR        Liga de bonze e berílio (2-3%) com a qual são realizados os balanços de elevada qualidade. Esta liga assegura grande elasticidade, dureza, amagnetismo, inoxidação e reduzidíssimo coeficiente de dilatação, tornando os balanços particularmente estáveis e garantindo assim uma elevada precisão do movimento.

GMT      Sigla de Greenwich Mean Time ( Tempo  Médio de Greenwich ) e que genericamente indica os relógios que possibilitam a visualização de dois ou mais fusos horários.

GUILHOCHADO                               Decoração dos mostradores, dos rotores ou de partes da caixa feita com incisões à mão ou com torno. Geralmente os mostradores ou os rotores guilhochados são de ouro, sendo que os mostradores também podem ser de prata maciça. Em francês, guilloché.

HORAS DO MUNDO       Função suplementar dos relógios com função GMT que permitem visualizar no mostrador, na luneta ou no rehaud os 24 fusos, cada um ligado a uma cidade de referência importante para para indicar instantaneamente a hora de um qualquer país ( utilizando como referência a cidade mais próxima conhecida ).

HORAS SALTANTES         Movimento no qual o ponteiro das horas é substítuido por um disco provido de numeração horária, de 1 a 12. Um pequeno mecanismo adicional faz com que este disco avance para a posição seguinte passados 60 minutos, descrevendo um arco de 30 graus e permitindo, deste modo, o aparecimento do número seguinte na janela existente no mostrador.

IMPERMEÁVEL                 Relógio cuja caixa é concebida para resistir apenas a salpicos de água ( quando a garantia é até 3 atmosferas de pressão, equivalente a uma profundidade convencional de 30 metros ) ou que permite no máximo um banho de superfície ( quando a garantia vai até 5 atmosferas de pressão, equivalente a uma profundidade convencional de 50 metros ).

ÍNDICES               Elementos pintados, serigrafados ou aplicados no mostrador, por vezes luminescentes, que normalmente servem de referência aos ponteiros para indicar as horas e os intervalos de 5 minutos.

LINHA   Antiga unidade de medida francesa que permaneceu na relojoaria para indicar o diâmetro dos movimentos.

LUMINESCÊNCIA             Propriedade do material usado nos índices e/ou ponteiros para emitir no escuro, sob forma de radiação electromagnética, a energia luminosa previamente absorvida.

LUNETA                               Parte da caixa que aloja o vidro que pode ser um todo com o aro ou, para facilitar o intercâmbio do  próprio vidro e a inspecção do mostrador, um elemento independente.

MANUAL             Diz-se do relógio cujo movimento mecânico deve ser recarregado à mão, de corda manual!

MARTELO           Órgão em aço ou latão, presente nos movimentos dos relógios com toque, que bate num gongo ou numa campainha para produzir o efeito sonoro do sino ( nos despertadores ) e do toque ( no caso da repetição ).

MÓDULO            Mecanismo autónomo e independente do calibre base, adicionado ao movimento para se dispor de uma função suplementar: cronógrafo, reserva de marcha, GMT, calendário perpétuo ou completo, etc. É, normalmente, formado por uma platina que suporta os órgãos necessários ao funcionamento das complicações adicionadas.

MOLA   Órgão elástico, que reage à compressão ( corda ), fornecendo energia cinética de forma diversa: na relojoaria encontra aplicações sobretudo a mola em forma de espiral. A mola motriz ( ou de corda ) juntamente com o tambor compõe o orgão motor de um movimento capaz de armazenar e transmitir a força motriz necessária para o seu funcionamento.

MOLA DE RETENÇÃO     Elemento que em conjunto com o parafuso micrométrico trava e guia a raqueta.Este sistema garante uma regulação do movimento com margens de precisão de poucos segundos. A forma curva da  mola ( que recorda a flexibilidade do pescoço de um cisne, daí também o nome de «regulação de pescoço de cisne» ) e o seu acabamento contribuem para o sucesso estético do próprio movimento.

MONOBOTÃO   Diz-se do relógio cujas funções cronográficas são accionadas por um único botão. No passado, os movimentos cronográficos eram todos concebidos com um único botão que comandava em sequência o início, a paragem e a volta ao zero dos contadores; mais recentemente, foi introduzido o segundo botão para parar e reiniciar a medição sem ter de se voltar a zero. Actualmente, o cronógrafo com um só botão é por vezes reproposto.

MOSTRADOR    Indicador do relógio, o qual, mediante indíces, ponteiros, discos ou através de janelas, mostra a hora e outras funções eventuais. Costuma ser formado por um disco de latão ( por vezes de prata ou ouro ), no qual são postas por tratamento galvânico, serigrafadas ou pintadas escalas, números ou índices.

MOSTRADOR PEQUENO              Um dos pequenos mostradores suplementares que podem estar presentes, em diversas posições excêntricas, no mostrador principal para indicações relativas a funções várias ( conta-segundos e similares ). São frequentemente postos em relevo com um trabalho diferente do do mostrador principal.

MOVIMENTO    Conjunto dos órgãos motores principais de um relógio. Os movimentos dividem-se em duas grandes famílias, de quartzo e mecânicos; estes últimos distinguem-se pela corda manual ou automática. Oa movimentos mecânicos são sempre compostos por uma platina ( elemento estrutural que suporta todos os órgãos ) assim como engrenagens, alavancas, molas ( para a transmissão do movimento ) e pontes ( que envolvem as engrenagens prendendo-as no meio delas juntamente com a platina ), órgãos reguladores ( formados pelo balanço e espiral ), escape ( formado pelo botão da plataforma do balanço, âncora e roda de escape ), órgão motor ( formado por mola e tambor ) e sistema de recarga e reposição da hora ( posicionado geralmente atrás da platina, sob o mostrador, e encarregue de transmitir a moção da coroa ao próprio movimento, seja pela acção  de recarga, seja a coroa extraída para a regulação dos ponteiros ). Os movimentos podem ter diâmetros e espessuras extremamente diferenciadas de acordo com as exigências e do grau de refinação de construção. Para se poder reconhecer e classificar cada movimento, são-lhe atribuídos marca e número de calibre no construtor para que se possa identificar a tipologia e as características técnicas.

ÓRGÃO REGULADOR     Conjunto composto por balanço e espiral que rege a subdivisão do tempo no movimento mecânico, asssegurando a regularidade da marcha e a precisão.

OSCILAÇÃO        Movimento oscilatório ou rotativo completo, em particular do balanço, formado por duas alternâncias.

PINO     Parte terminal do eixo de uma engrenagem ou do balanço, que gira num suporte de rubi.

PINHÃO               Elemento que com a roda e o eixo forma uma engrenagem.

PLATAFORMA   Órgão do escape, precisamente um disco aplicado ao eixo do balanço. A plataforma recebe os impulsos da âncora para o balanço e limita os deslocamentos do garfo, enquanto o balanço descreve o ângulo suplementar.

PLATINA              Estrutura base de um mecanismo que pode ter forma circular, tonneau ou rectangular. É onde todos os eixos e componentes trabalham nos seus negativos… entre as “platinas”!

PONTE                 Elemento metálico estrutural de um movimento que sustém a engrenagem do trem do tempo, o órgão regulador, o  escape e o tambor. Cada ponte é fixa à platina com parafusos e bloqueada numa determinada posição por pinos calibrados, para assegurar a centragem dos rubis. A presença de mais pontes permite aceder a determinadas partes do movimento sem se ter de o desmontar todo.  Nos movimentos de elevada qualidade, a superfície à vista leva acabamento com decorações de vári0s tipos.

PONTEIRO          Órgão indicador, que no mostrador, permite visualizar, de modo analógico, horas, minutos, segundos e eventualmente outras funções.

PUNÇÃO DE GENEBRA  Reconhecimento dado ao cantão de Genebra a movimentos, produtos das casas relojoeiras da  região, que respeitam todos os cânones da alta relojoaria para fabricação artesanal, qualidade do trabalho, cuidado de montagem e afinação. A Punção de Genebra é impressa numa das pontes e representada por um escudo dividido ao meio com uma águia e uma chave, símbolo do cantão.

QUILATE              (1) Unidade de título das ligas áureas: um quilate (1 ql.) = 1/24 de ouro puro do peso da liga, pelo que o ouro de 18 ql. Contém 18/24 ( isto é 75% ) de ouro puro ou fino. (2) Unidade de peso para as pedras preciosas: 1 quilate=0,205g. Esta unidade foi substituída pelo quilate métrico igual a 0,200g.

RAQUETA            Órgão que permite regular o funcionamento de um movimento, alongando ou encurtando a parte activa da espiral. Encontra-se na ponte do balanço e envolve a espiral com dois grampos pequenos próximos do seu ponto de fixação na mesma ponte.

RATTRAPANTE  Complicação cronográfica ( a denominação vem do francês, que pode ser substituída por divisível ou fraccionante ) que permite – graças a um terceiro botão e a um ponteiro suplementar dos segundos cronográficos – medir ainda tempos parciais ou aqueles de um segundo evento que tenha o mesmo início.

REHAUT               Parte externa do mostrador, inclinada ou saliente, na qual são normalmente serigrafadas escalas suplementares, como a telemétrica, a taquimétrica, a progressão dos 5 minutos ou a sessentesimal dos segundos.

REPETIÇÃO       Mecanismo de sinalização acústica do tempo, que ( ao contrário dos relógios com campainha à passagem, isto é, que dão o número das horas automaticamente ) funciona a comando, accionando uma trenó ou um botão no lado da caixa. O mecanismo da campainha, uma das complicações mais complexas, é feito com cremalheiras paras as horas, quartos de hora e minutos, que rodam ao mesmo tempo que os ponteiros e «assinalam» as suas posições às outras alavancas chamadas apalpadoras. Quando se activa a campainha, com base na posição alcançada por cada alavanca em relação a uma determinada cremalheira, o mecanismo dá tantos toques para cada função quantos forem os dentes adicionados, assinalando assim, de modo preciso, o número de horas, quartos de hora e minutos.

REPOSIÇÃO DA HORA   Operação de regulação dos ponteiros, mas também o mesmo mecanismo responsável por esta operação, posicionado regra geral na platina, debaixo do mostrador, é formado por uma série de básculas, alavancas, molas e engrenagens que regulam o engate e desengate entre as rodas ligadas ao tambor ( quando a coroa se encontra toda encostada à caixa ou entre aquelas ligadas aos ponteiros ( quando a coroa é extraída com um disparo ). Nos mecanismos mais sofisticados, a coroa é extraível em duas posições, geralmente aquela intermédia utilizável exclusivamente para a reposição rápida do indicador de data ou para o controlo das funções particulares suplementares.

RESERVA DE MARCHA   Duração em horas da autonomia do funcionamento residual de um movimento depois de se atingir o máximo de carga, valor visualizado no indicador instantâneo analógico ( ponteiro num sector ) ou digital ( numa janela ).

RETRÓGRADO                  Diz-se do ponteiro que, ao indicar uma determinada função, em vez de perfazer uma volta de 360 graus antes de dar lugar a nova medição, se desloca numa escala de arco de círculo ( geralmente entre 90 e 180 graus ) e, no fim do seu percurso, volta para trás instantaneamente com um disparo. Habitualmente os ponteiros retrógrados são   utilizados para indicar a data, o dia ou o mês no calendário perpétuo, mas existem também exemplos de horas, minutos ou segundos retrógrados.

REVESTIMENTO                               Exposição de um metal a tratamento galvânico, para depor uma ligeira camada de ouro ou de outros metais apropriados ( prata, crómio, ródio ou paládio ) sobre uma base geralmente de latão ou de aço.

RODA                   Órgão circular, na maioria das vezes dentado, que com o eixo e pinhão forma uma engrenagem.

RODA DE COLUNAS        Órgão dos movimentos cronográficos, responsável pela sincronização dos deslocamentos das várias alavancas e básculas de comando da parte cronográfica, em forma de pequeno cilindro dentado de aço.

ROTOR                 No movimento mecânico a corda automática, é o órgão que com as suas rotações completas ou parciais, em consequência dos movimentos do braço, permite a recarga da mola motriz.

RUBI      Pedra dura usada num movimento pelo seu efeito antiatrito como rolamento de fricção.

SUBAQUÁTICO                 Para poder ser definido como tal, um relógio deve obedecer a uma série de normativas suiças respeitantes à impermeabilização da caixa ( resistente no mínimo a 10 atmosferas ), dispositivos de segurança ( anel giratório unidireccional ) e resistência ao choque ( coroa ) e às tracções ( pulseira ou bracelete ). Para além disto, os testes de impermeabilização da caixa, a diversos valores de pressão, tempos de imersão e temperaturas devem ser efectuados no total da produção e não apenas numa amostra.

TAMBOR             Órgão do movimento com a forma com a forma de um tambor baixo e largo que contém a mola da corda e cujo bordo dentado engrena com os pinhões da primeira engrenagem do trem do tempo. O conjunto mola-tambor é também conhecido por órgão motor devido ao facto de transmitir a força motriz ao movimento.

TONNEAU          Forma particular da caixa que reproduz o perfil de uma pipa, com os lados cortados horizontalmente a direito e os verticais mais longos curvos.

TREM DO TEMPO            Série de rotismos que, a partir do tambor até à roda de escape, multiplica a velocidade de rotação das várias engrenagens de modo a obter: uma roda que perfaz uma volta numa hora – na qual está articulado o ponteiro dos minutos -, uma outra que, depois de tomar o movimento da roda dos minutos e com uma engrenagem de retorno, completa uma volta em 12 horas – na qual se encontra articulado o ponteiro das horas -, e uma terceira que completa uma volta num minuto – na qual está articulado o ponteiro dos segundos. Regra geral, as rodas são quatro: roda central, roda intermédia, roda dos segundos e roda de escape. Na arquitectura clássica dos movimentos dotados de pequenos segundos, a roda dos segundos pode ser posicionada em linha com a árvore de corda ( calibre Lépine ) ou com um ângulo de 90 graus (calibre Savonnette). A partir do segundo pós-guerra, afirmou-se uma terceira arquitectura com a roda dos segundos posicionada ao centro ( coaxial às das horas e minutos ), de forma a que o ponteiro dos segundos se encontre naquela posição.

TURBILHÃO        Dispositivo ( inventado em 1801 por A.L. Breguet ) para minimizar as irregularidades de funcionamento de um movimento devidas às diferentes posições do relógio. Balanço, espiral e escape encontram-se montados no interior de uma gaiola/cesto rotativa que perfaz uma volta por minuto mediando nos 360 graus todos os possíveis erros.

ULTRAPLANO    Diz-se do movimento de espessura o mais reduzido possível ( também abaixo do total dos 2mm para os de corda manual, em torno dos 2,5-3 mm para aqueles de corda automática ) e, por analogia, também de um relógio de cerca de 4-6 mm de espessura que aloja tal movimento.

VERSO                  Elemento da caixa fixo na parte de trás, que, uma vez removido, permite aceder ao movimento facilitando as operações de controlo e regulação do mesmo. O verso, na maioria das vezes metálico, é fixo ao aro através de fecho a pressão, fecho de parafuso, fecho através de vários parafusos. O primeiro tipo de fecho é adoptado exclusivamente em relógios impermeáveis; o segundo assegura a estanquicidade às infiltrações e é adoptado nos modelos subaquáticos e desportivos; o terceiro é apanágio das construções de elevado nível de qualidade e técnico. O verso transparente em vidro permite ver o movimento atrás.

VIDRO DE SAFIRA            Vidro de relógios anti-riscos com um grau de dureza de 9 Mohs. Só um diamante possui um grau mais elevado. Normalmente equipam os relógios de alta-relojoaria e/ou os relógios de vertente profissional, face á sua resistência.

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